Tem um pedaço de mim, uma parte da minha vida à qual me dedico a pesquisa.
Veja, amigo leitor, não estou falando mal de ninguém, estou reflexionando, me questionando e até desabafando.
Em relação aos estudos científicos meu campo são os saberes tradicionais e as espiritualidade (e essa marcação já é uma posição científica no campo).
Bom, ao percorrer simpósios, congressos, mesas e outras comunicações, sempre busquei apresentar meus dados preliminares e resultados finais com aqueles que estudam, nunca entre os que estudam religião, pois considero "chover no molhado".
Não é aí que vejo diálogo profícuo, de real parceria e mudança de pensamento.
Pois bem, entre aqueles que estudam o que eu estudo, existe uma empáfia gigantesca de ver o "outro" como inimigo, "alguém sem lugar de fala". A maioria desses pesquisadores são primeiramente defensores de suas verdades queridas.
É possível perceber isso nas falas exaltadas. E uma série de bazófias que no fim só geram antipatia com o tema.
Eu aproximo. Estabeleço conexões nesses momentos, eu nunca desfiz do conhecimento a priori que a pessoa tinha sobre qualquer assunto espiritual.
Nunca fui elogiado pela postura de apresentar algo que ninguém tinha obrigação de conhecer.
Até porque quem eleva esse conhecimento e lhe dá status, diz se é patrimônio, é o pesquisador do campo.
Vejo muitos "colegas" de pesquisa, na defensiva, na base da provocação deletéria.
O que é uma pena, pois você afasta o que DEVERIA ser seu interlocutor, você o cala, e cala quem não tem condições de edificar o debate. Por isso mordaça o outro.
É por isso que pessoas como eu, são convidadas à publicação em conjunto, eventos, palestras, "vão pra frente".
Muitas foram as pessoas que encontrei nesse caminho e que me disseram "poxa, nunca havia pensado por esse ângulo", "pensei que eram apenas práticas de cunho estético".
Então, caro amigo leitor, reveja suas atitudes, pense que elas alimentam teu ego mas nem ao menos trazem reconhecimento pessoal pra você.
E na pior das hipóteses continua a deixar à margem as religiosidades de matriz (por motivos ideológicos), que é o que deveria ser o maior tesouro para quem pesquisa esses temas.
Os maiores beneficiados deveriam ser os sujeitos da tua pesquisa, que vai muito além "da tua religião", do "teu cargo na igreja", da puxação de saco do "teu bispo".
Gente que se diz espiritualizada, com toda pompa que - talvez- muito talvez- teu torso coloca na tua cabeça só faz pensar que você não carrega nela nada além de um pedaço de pano sobre o peito, estereotipado pela tua própria conduta.
Mário Loureiro
Psicanalista Falido
Um mórmon rebelde
Um curioso da espiritualidade
Fontes, imagens e inspiração:
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%B3rmon
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Livro_de_M%C3%B3rmon
https://infomegashop.com.br/loja/product_info.php?products_id=76
http://mit.irr.org/pt-br/category/profecias