Sinopse: Sentindo-se esquecido e rejeitado, o próprio Diabo vem à Terra para abrir sua própria igreja (com o objetivo de criar assim a sua própria religião) e o mundo torna-se um verdadeiro pandemônio de delícias e confusões de proporções catastróficas.
Quando alguém se dispõe a cutucar um vespeiro, a inflamar o conteúdo de uma fogueira de vaidades (que já vem acesa desde que o mundo é mundo) é de se imaginar que o resultado seja algo no mínimo questionador, ou ao menos uma boa reflexão. Nesse aspecto, essa nova produção global até consegue cumprir o seu papel (ainda que forma meio limitada, mas consegue), porém... Quando o assunto é fazer rir, o filme fica devendo (e muito!).
Não importa como será a abordagem, mexer com uma temática religiosa requer um trato mais apurado, que só consegue ser eficiente com muita atenção e criatividade. Infelizmente esses ingredientes não fizeram parte da fórmula que os roteiristas do filme utilizaram para escrever esse projeto inspirado em um conto de Machado de Assis.
Apesar de conseguir criar um embate diabolicamente engraçado entre Deus vs. Diabo (algo que eu julgo como o único acerto de todo o filme), a interação entre os maiores representantes da força do Bem e do Mal não avança... Desperdiçando assim, a chance de criar ótimos momentos cômicos (que aliás, são bem escassos), bem como os momentos em que o público poderia se questionar sobre a relevância do Céu e do Inferno para a sociedade (aliás, nesse aspecto o roteiro até tenta criar uma situação pandemônica que gira em torno de uma inquisição televisionada ao vivo em um programa de TV, mas que termina soando como um artifício grotesco e mal aproveitado).
Dirigido (de forma bem desleixada e sem propósito, diga-se de passagem) por Toni Venturi, a trama começa se estabelecendo de uma forma legal (com a insatisfação do Diabo perante a sua importância na Terra, resultando no tal plano maléfico), mas não consegue evoluir da maneira que deveria, porque todos os acontecimentos que se seguem depois são sem inspiração (seja ela cômica ou dramática), demasiadamente chatos (inclua aqui um romance extremamente forçado e artificial) e surreais... Isso tudo sem contar o excesso de piadas e personagens sem graça.
Por falar em elenco, o único que salva o filme - literalmente o carregando nas costas é o ator Murilo Rosa, que entrega uma ótima e divertida personificação do demônio à lá Lúcifer (série de TV). De resto, todos os personagens - assim como seus respectivos intérpretes) - são fracos e sem empatia (incluindo a aposta do filme, Mônica Iozzi... que ao meu ver, é tão dinâmica / boa atriz quanto uma porta fazendo figuração em uma peça de teatro).
Piorando o cenário estão os péssimos aspectos técnicos: fotografia horrível (parece que praticamente tudo está fora do lugar... evidenciando a má qualidade do trabalho), efeitos visuais que beiram o amadorismo (ok, o Cinema do Brasil não é reconhecido por esse aspecto... mas algo muito melhor poderia ter sido feito com esse filme), uma edição de cenas que chega a causar irritação (tamanho são os cortes abruptos e sem sentido das cenas) e uma trilha sonora chata e sem lugar no próprio filme.
No saldo positivo do filme, há apenas o aspecto que planta na mente do telespectador a dúvida sobre como seria realmente um embate entre o Deus e o Diabo utilizando a sociedade como peças fundamentais do seu jogo de tabuleiro... E por falar nisso, essa é a melhor piada do filme (por sinal, também é a que oferece o maior lapso de inteligência):
Deus: Vamos então jogar uma partidinha de tabuleiro?
Diabo: Meu tabuleiro são os seres humanos.
Deus: Então vamos jogar "War"?
Em "A Comédia Divina", algo na balança celestial / demoníaca não fecha. Dentre os vários problemas (porque a sucessão deles é algo realmente decepcionante para um filme que tinha tudo para se tornar uma das melhores comédias nacionais), o dilema / confronto do Bem contra o Mal... Que é muito raso e escasso (ficando apenas no simbolismo da primeira camada do problema), e sem uma motivação mais forte para acontecer (não passando de uma grande e fútil pseudo-diversão sem o aprofundamento que se fazia necessário).
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Poxa.. achei que seria um puta filme haha mas bom saber.. o tema é bem interessante, mas pelo jeito não vale muito a pena né?
Gostei pelo menos da comparação com o jogo de tabuleiro, bem reflexível.
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Infelizmente não vale à pena (faz mais a linha do "trailer melhor que o filme", saca?)... Porém, se você estiver MUITO afim de assistir, vale aquela conferida beeeem descompromissada, né?
Sobre a piada do tabuleiro... Sem dúvidas, essa é a piada mais inteligente do filme (acho-a de um bom humor-negro ímpar). Mas vou te falar que tem uma jingle bem nonsense que a igreja do tinhoso canta em um determinado momento do filme que também garante uma boa risada:
"O negócio é pecar
Todo dia da semana
Quem mordeu a maçã
Não pode ser banana."
(leia isso com toques e passos ritmados... haha!)
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Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!
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Obrigado, @brazilians.
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